sábado, 25 de agosto de 2012

Sobre fé e ciência





Karl Kienitz é engenheiro de eletrônica formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1983.

Concluiu seu mestrado no ITA em 1985 e obteve o doutorado em Engenharia Elétrica na Escola Politécnica Federal de Zürich (ETHZ), Suíça, em 1990.

Foi oficial engenheiro da ativa da FAB até 1993.

Atualmente é Professor Associado do ITA.

Foi bolsista de pesquisa da Fundação Alexander von Humboldt e pesquisador visitante do Centro Aeroespacial Alemão (DLR) em 1996/7 e 2004/5.

É Pesquisador de Produtividade em Pesquisa do CNPq (nível 2).

De janeiro de 2007 a fevereiro de 2011, Karl coordenou o Curso de Graduação em Engenharia Eletrônica do ITA, que em 2009 foi reconhecido pelo MEC como o melhor curso de engenharia do país.

Sua atuação profissional concentra-se nas áreas de Engenharia Elétrica e Engenharia Aeroespacial, com ênfase em Sistemas de Controle.

Karl mantém um site pessoal sobre Fé e Ciência no endereço www.freewebs.com/kienitz.

Em entrevista exclusiva ao blog, Karl faz uma reflexão objetiva sobre ciência e fé cristã.

Muitos cientistas, no início da ciência moderna, eram cristãos. Qual foi a importância da visão de mundo cristã para o desenvolvimento da ciência moderna?

Muitos cientistas desde o início - e não apenas no início - da ciência moderna têm sido cristãos. Ciência depende de certos pressupostos devidamente organizados acerca do mundo. E foi na cultura europeia do final da Idade Média, permeada pelo Cristianismo, que condições adequadas a esse respeito se apresentaram propiciando o desenvolvimento do método experimental da ciência como o conhecemos. Cristãos como Robert Grosseteste e o seu aluno Roger Bacon (século XIII) estiveram entre os primeiros a enfatizar o uso da experimentação para aferir afirmações sobre fenômenos naturais, e deixaram clara uma sólida motivação para tal, enraizada numa visão de mundo cristã. Foram seguidos pelos primeiros cientistas modernos propriamente ditos, cristãos como Agricola, Kepler, Pascal e Boyle. Séculos mais tarde, o cristão James Joule continuaria enfatizando a ligação positiva entre fé cristã e ciência ao dizer que "após conhecer e obedecer à vontade de Deus, o próximo alvo deve ser conhecer algo dos Seus atributos de sabedoria, poder e bondade evidenciados nas obras de Suas mãos." Pois ciência mostrou servir de modo sobremodo excelente para conhecer, explorar e fazer bom uso das "obras de Suas mãos", de tudo aquilo que Deus criou.

Para fazer ciência é necessário pressupor que as ferramentas da ciência – a lei da lógica, a lei da causalidade, o princípio da uniformidade – sejam verdadeiras. A visão de mundo cristã tem algo a dizer sobre essas ferramentas da ciência?

A visão de mundo cristã não chancela esta ou aquela ferramenta da ciência, da filosofia ou de outro ramo da atividade intelectual humana. Mas ela pode nos predispor a esperar que elas funcionem, como acontece no caso das três citadas. Por exemplo, a Bíblia nos revela que Deus é consistente em seu governo da criação, e não cheio de caprichos. Portanto podemos de antemão esperar descobrir padrões regulares no estudo da natureza. Esse tipo de argumento comprovadamente contribuiu para que se investigasse a natureza com uma sistemática que foi sendo aperfeiçoada, resultando no método científico.

Em casos específicos, é possível reconhecer ainda outras contribuições das convicções cristãs. Deixe-me ilustrar com dois exemplos. Kepler servia-se de suas descobertas para destacar a glória e sabedoria do Criador. Galileu argumentava que não se pode presumir que os caminhos e pensamentos de Deus sejam os nossos, e por isso aplicou-se a observar sistematicamente o mundo que Ele criou.

Em síntese, eu não chegaria a dizer que uma visão de mundo cristã foi a base da ciência moderna. A base da ciência moderna foi o árduo trabalho de pessoas de intelecto invejável, tenazmente dedicadas ao estudo da natureza. Mas sua visão cristã do mundo decisivamente as motivou e favoreceu no desenvolvimento e uso do método científico.

Stephen Jay Gould, destacado paleontólogo, biólogo evolucionista e filósofo da ciência, que lecionou em Harvard, e faleceu em 2002, afirmou que cristianismo e ciência podem coexistir, pois ocupam lugares separados na vida humana. O senhor concorda?

Cristianismo e ciência têm coexistido na cultura ocidental, basta estudar história da ciência para constatá-lo. Quando Gould tenta explicar que isso ocorre porque os dois "ocupam lugares separados na vida humana", não acompanho seu raciocínio. De que "lugares separados" ele estaria falando? Contudo sei que para cientistas como James Clerk Maxwell e Max Planck, cristianismo e ciência não têm apenas coexistido; têm existido em união. Planck reiterou que os dois "combatem unidos numa batalha incessante contra o ceticismo e o dogmatismo, contra a descrença e a superstição". E Maxwell sugeriu que "os cristãos cujas mentes dedicam-se à ciência são chamados a estudá-la para que sua visão da glória de Deus possa ser tão extensa quanto possível".

O senhor acredita em milagres?

No Moderno Dicionário da Língua Portuguesa (Melhoramentos), milagre é definido como "fato que se atribui a uma causa sobrenatural". Existem fatos que eu atribuo a causas sobrenaturais. Considero a ressurreição de Jesus Cristo o mais significativo deles.

Não é uma contradição que um cientista acredite em milagres?

Não, pois é o materialista e não o cientista que crê que tudo (no sentido mais amplo do termo) pode ser explicado – ou algum dia o será – em termos de leis naturais.

Se milagres acontecem, há eventos com causas sobrenaturais. Isto é, o senhor atribui certos eventos a causas sobrenaturais quando, na realidade, esses eventos podem ter causas naturais ainda não descobertas. Essa crença não passaria a ideia de que o senhor acredita no Deus das lacunas?

Cientistas geralmente não fazem menção ao sobrenatural em suas assertivas por receio de cometerem a "falácia do deus das lacunas", que consistiria em apelar para o sobrenatural quando de fato existiria uma explicação – ainda não conhecida – em termos de leis naturais. Quando uma pessoa crê que tudo pode(rá) ser explicado em termos de leis naturais, muitas vezes estará propensa a acusar outros da "falácia do deus das lacunas", mesmo sem ter certeza de que um dia existirá uma explicação material/natural adequada. Em última análise, tal pessoa estará simplesmente rejeitando uma explicação que não lhe convém, acusando seu interlocutor de uma suposta "falácia" que pode muito bem não existir. Como exemplo cito a ressurreição de Jesus, para a qual é notória a falha das tentativas naturalistas de explicação. As alternativas – pouco honestas, infelizmente – são simplesmente negar ou ignorar o fato, grotescamente desconsiderando a evidência existente.

Ao contrário do materialista, reconheço como distintos o conjunto daquilo "que é" e o conjunto daquilo "que pode(rá) ser sabido/conhecido por meios naturais". No meu entender é equivocada uma mentalidade como a materialista, na qual a ontologia (a teoria daquilo que é) é derivada da epistemologia (a teoria daquilo que pode ser sabido). Cientistas que professam a fé cristã, e outros cientistas também (como por exemplo Gödel e Einstein) se opõe / opuseram a esse tipo de mentalidade. Eu creio no Deus pessoal e relacional revelado na Bíblia e sei que milagres acontecem. Como cientista tenho um padrão elevado para aceitar milagres, mas não os nego. Se eu algum dia for acusado da "falácia do deus das lacunas", tal acusação será motivada pela fé materialista do acusador e não por falta minha de rigor científico.

Norman Geisler, filósofo cristão, acredita que o materialismo e o naturalismo levam alguns cientistas a ignorar, por exemplo, o design inteligente. Por que a visão de mundo materialista é falsa?

Alvin Plantinga apresentou vários argumentos de peso contra o materialismo, por exemplo no artigo "Against Materialism", publicado na revista "Faith and Philosophy", em 2006. De um ponto de vista mais prático, eu considero que o principal descaminho do materialismo / naturalismo se manifesta no seu procedimento de procurar por explicações para o que talvez seja inacessível por princípio. Assim o materialista se fecha ao discernimento de que existe o perigo da falácia quando busca explicar o inexplicável.

Então, porque ainda existem materialistas e naturalistas?

De fato existem muitos materialistas e naturalistas apesar dos sólidos argumentos contra o materialismo e o naturalismo. A meu ver há (pelo menos) duas explicações possíveis para esse tipo de fenômeno, ambas apontadas por Blaise Pascal (na coletânea Pensèes, fragmentos 245, 259 e 277). (1) Tanto a razão quanto o hábito podem ser fontes de crenças. Muitas pessoas simplesmente adquiriram o hábito de serem materialistas / naturalistas e nunca lhes ocorreu refletir seriamente sobre sua visão de mundo. (2) As pessoas tem o poder de decidir sobre o que irão ou não pensar. Assim também refletir acerca da própria visão de mundo ocorre por decisão própria. Pascal diz que "o coração tem suas razões, que a razão desconhece. … o coração naturalmente ama a Deus, e também naturalmente a si mesmo, dependendo de a quem se entregar; e se endurece contra um ou outro de acordo com sua vontade".

O que um materialista deve fazer para se tornar cristão?

À luz da minha resposta à pergunta anterior, considero que o primeiro passo é reconsiderar objetivamente a própria visão de mundo. Aqueles que desejam trabalhar uma argumentação mais detalhada podem ler os escritos de Alvin Plantinga e William Lane Craig. Aqueles que desejam excelentes textos, porém mais acessíveis, talvez prefiram os textos de Norman Geisler e Josh McDowell.

Qual deve ser o procedimento de um universitário cristão que está sendo confrontado com a visão de mundo materialista e naturalista?

Ao invés de responder a essa pergunta, eu gostaria de remeter a um texto do Prof. Alderi Souza de Matos (Universidade Presbiteriana Mackenzie), que trata de forma muito completa o que está sendo perguntado. Sua "Carta a um universitário cristão" pode ser lida emhttp://www.freewebs.com/kienitz/carta.htm.

Você gosta de Redbull? E com bebida alcóolica?


http://tzbishop.wordpress.com/2007/10/11/tudo-que-voce-nao-sabia-sobre-o-red-bull/

Tudo que você não sabia sobre o Red Bull

outubro 11, 2007 às 1:16 pm | Publicado em problemasaude | 324 Comentários
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Recebi o seguinte texto de um colega sobre o Red Bull. Achei muito interessante, já que volta e meia consumo o energético. Fiz algumas alterações no texto, coloquei os links e um pouco de opinião.
Tudo aquilo que você sempre suspeitou mas nunca teve certeza
Red Bull foi criado para estimular o cérebro de pessoas submetidas a um grande esforço físico e em “coma de stress”. Nunca para ser consumida como uma bebida inocente e refrescante.
A Red Bull conseguiu chegar a quase 130 países de todo o mundo com um faturamento anual acima de 21 bilhões de euros na venda de 3 bilhões de latas. Os jovens e o esporte foram ossímbolos eleitos pela marca para caracterizar a sua imagem – dois segmentos atrativos que foram cativados pelo estímulo causado pela bebida.
Foi criada por Dietrich Mateschitz, um empresário de origem austríaca, que descobriu a bebida por acaso, durante uma viagem de negócios a Hong Kong , quando trabalhava para uma empresa fabricante de escovas de dentes. É interessante notar que o Dietrich não foi apenas um funcionário mongolóide de uma empresinha de escova de dentes, ele trabalhou em multinacionais gigantes como Procter & Gamble e a Unilever. Outra curiosidade sobre o criador é que ele figura entre a lista dos bilionários e é dono das Ilhas Laucala inteiras no Japão (ele comprou dos Forbes por 7 milhões de libras esterlinas)
Uma lata de 250 ml de Red Bull, contém 20 gramas de açúcar, 1000 mg de taurina, 600 mg de glucuronolactona, 80 mg de cafeína e vitaminas do complexo B.
Mas a verdade desta bebida é outra
A França e a Dinamarca acabam de proibir a venda da bebida por ser um cocktail da morte, devido aos seus componentes de vitaminas misturadas com “glucoronolactone“, substância química altamente perigosa – desenvolvida pelo Departamento de Defesa dos EUA durante os anos 60 para estimular o moral das tropas americanas no Vietnã.
A proibição na França deve-se à grande quantidade de cafeína, à presença da glucuronolactone e da taurina cujos efeitos a longo prazo no organismo humano são desconhecidos. Esse é o ponto de vista da AFSSA – Agence Française de Sécurité Sanitaire des Aliments.
Os efeitos do glucoronolactone eram como se fossem o de uma droga alucinógenea. No caso, era usado para acalmar o stress da guerra. Entretanto seus efeitos no organismo dos soldados foram devastadores: alto índice de enxaquecas, tumores cerebrais e doenças do fígado.
Isso é o que eles fazem com o seu dinheiro: patrocinam eventos de corridas de aviões, têm 2 escuderias de Formula 1 e por aí vaí.
Apesar de tudo, na lata de Red Bull ainda se lê entre os seus componentes: glucoronolactone – catalogado medicamente como um estimulante. Mas o que a lata de RED BULL não diz são as consequências do seu consumo – que estão explicitadas a seguir:
 É perigoso tomá-lo se, em seguida, não se fizer exercíco físico, já que a sua função energizante acelera o ritmo cardíaco e pode provocar um infarto fulminante.
 O risco de se sofrer uma hemorragia cerebral, porque o RED BULL contém componentes que diluem o sangue para que seja mais fácil ao coração bombear o sangue e assim se poder fazer esforço físico com menos esgotamento.
 É proibido misturar Red Bull com álcool, porque a mistura transforma a bebida numa “Bomba Mortal” que ataca diretamente o fígado, levando a zona afetada à incapacidade de jamais se regenerar
Um dos componentes principais do RED BULL é a vitamina B12, utilizada em medicina para recuperar pacientes que se encontram em coma etílico; daí o estado de excitação em que se fica após tomá-lo. É como se estívessemos estado de embriaguez.
 O consumo regular de Red Bull provoca uma série de doenças nervosas e neuronais irreversíveis.
Dando uma “googlada” com as palavras-chave: red bull, health, issues, problems, countries, denmark, wiki – são retornados resultados com a proibição do Red Bull em diversos países do mundo (Suíça, Finlândia, Dinamarca, Noruega, França, Uruguai e Islândia). Não é só um país chato que já proibiu a bebida, mas uma série de lugares, entre eles potências econômicas.
Por outro lado, a conclusão pra quem procurou um pouco na Internet é que, na prática, não se sabe muita coisa sobre os efeitos da bebida. No site deles não tem nada documentado, nada esclarecido. Não há efeitos colaterais, não há documentação confiável sobre os supostos efeitos colaterais. Se for seguir o que as fontes dizem, Red Bull é mais um refresco do que um energético.
O que existem são pesquisas de estudantes universitários que analisaram alguns casos isoladamente e publicaram algo a respeito. Apenas com isso, entretanto, é impossível saber se foi a bebida quem causou problema ou algum outro fator relacionado ao ambiente.
O que eu sei é que tomar Red Bull com bebida alcóolica, como vodka whisky, é uma prática bastante comum e eu, particularmente, nunca vi alguém morrer por conta do consumo de Red Bull – embora já tenha visto alguns problemas psíquicos que podem sim ser relacionados à bebida.

Texto incrível sobre teologia, filosofia, lógica...



William Lane Craig responde a pergunta de um dos leitores de seu site.


Dr. Craig, a vida tornou-se um absurdo para mim. As diversas conversas que tive com pessoas em meus anos de escola ensinaram-me que a maioria das pessoas não acredita que existe "verdade", antes a "verdade" é só uma questão de opinião e, portanto, não possui significado absoluto. Nas minhas conversas foi-me revelado que tudo que não é um fato científico é falso, e que a "verdade" é apenas um mecanismo de enfrentamento que o ser humano criou para fazer parecer que a vida tem sentido, mas na realidade a vida não tem nenhum sentido. Como você, como filósofo/teólogo, enxerga isso? Estou ansioso pela sua resposta!

Steven



Steven, seu desespero é totalmente desnecessário e até mesmo errado. Os indivíduos que lhe disseram que "Não há tal coisa como verdade" não são pensadores claros ou guias confiáveis. A posição que eles aderem é auto-referencialmente incoerente, isto é, é literalmente auto-refutável.

Basta perguntar a si mesmo a pergunta: A afirmação

1. "Não há verdade"

é verdadeira? Se não, então não há necessidade de se preocupar, certo? Por outro lado se (1) é verdade, então segue que (1) não é verdade, pois não há verdade. Portanto, se (1) é falso, é falso, e se (1) é verdadeira, é falso. Então, de qualquer forma (1) é falso. A posição defendida por seus amigos é incoerente.

Por favor, não descarte essa resposta com mera "lógica de shopping". A posição que seus amigos lhe ensinaram é facilmente auto-refutável e tola.

Na verdade, o resto de sua carta revela que você implicitamente rejeita a visão "auto-destrutiva" deles, pois você continua afirmando algumas supostas verdades:

2. A palavra "verdade" é somente uma matéria de opinião e portanto não possui significado absoluto.
3. Qualquer coisa que não é um fato científico é falsa.
4. A verdade é apenas um mecanismo de enfrentamento que os seres humanos criaram.
5. A vida realmente não tem sentido.

Se (1) é verdadeiro, então (2)-(5) não pode ser verdade. Agora, desde que (1) é "auto-destrutivo", você vai ter que abandoná-lo e apenas afirmar a verdade de (2)-(5).

Mas, em seguida, o problema é que (1) foi determinado como a justificativa para afirmar (2)-(5). Então, se você desistir de (1), qual é a justificativa para (2)-(5)?

Na verdade, (2)-(5) possuem os seus próprios problemas auto-referenciais. Escolha (2). Esta declaração é uma verdadeira bagunça. É evidente que a palavra "verdade" não é uma questão de opinião. A palavra "verdade" é uma palavra em Inglês, com cinco letras [o texto original é em inglês]. (2) não afirma nada e assim não pode ser uma questão de opinião. Da mesma forma, o que significa dizer que a "verdade" não tem significado absoluto? Claramente, esta palavra tem um significado (procurá-lo em qualquer dicionário), como é evidente pelo fato de que nós estamos discutindo isso. Se ele tem um significado em Inglês (ao contrário de, digamos, "zliibckk"), eu não sei o que significa dizer que o significado não é absoluto. Certamente, o significado de "verdade" é relativo ao idioma Inglês. Não tem nenhum significado em alemão, por exemplo (em oposição a "Wahrheit"). Claramente, o que se entende por (2) é algo mais parecido com

2*. O que é verdade é relativo à pessoa e somente uma questão de opinião.

"É verdade para você", como dizem, "mas não é verdade para mim." Mas, então, os mesmos problemas auto-referenciais surgem novamente. Se (2*) é verdadeiro, então (2*) em si é apenas uma questão de opinião e é relativo a uma pessoa. Mas então não é objetivamente verdade que a verdade é só uma questão de opinião. É apenas a sua opinião de que a verdade é uma questão de opinião, então quem se importa? O problema é que os relativistas querem afirmar que (2*) é objetivamente verdadeiro, mas, nesse caso, (2*) é falso. Então, mais uma vez, é auto-destrutivo.

Ou tome (3). (3) não é em si um fato científico. Não há experiências que você pode realizar para provar isso, nem você vai encontrá-lo afirmado em qualquer livro de ciências. É uma afirmação filosófica sobre a natureza dos fatos. Mas (3) afirma que qualquer coisa que não é um fato científico é falso. Mas, então, segue-se que (3) é falso! Acorde, Steven! Como você poderia ter ficado alheio a essas incoerências?

Que tal (4)? Verdade e falsidade são propriedades de afirmações. Uma afirmação S é verdadeira se e somente se o que S diz ser o acontecimento é realmente o acontecimento. Por exemplo, "A neve é branca" é verdadeiro se e somente se a neve é branca. Obviamente, a verdade não é um mecanismo de enfrentamento, já que os mecanismos de enfrentamento não são propriedades de afirmações. Isto é apenas uma forma confusa de pensar. O que se pretende por (4) deve ser algo como

4*. Pensamos que S é verdadeiro apenas porque este pensamento nos permite enfrentar a vida.

Agora, mesmo (4*) me parece totalmente implausível. Certamente você pode pensar em diversos tipos de afirmações que acha serem verdadeiras independentemente do fato de que se você assim pensar lhe ajuda a enfrentar a vida. De fato, algumas das coisas que pensamos que são verdadeiras são impedimentos positivos para enfrentar com sucesso a vida! Mas deixemos isso de lado. A coisa mais importante é que se (4*) é verdadeira, então a única razão para você acreditar em (4*) é porque ele lhe ajuda a enfrentar. Nesse caso, podemos sentir pena de você, mas não vamos nos preocupar com a objetividade da verdade como um resultado.

Quanto à (5), que é uma afirmação coerente e importante. Concordo com você que, se Deus não existe, então (5) é verdadeiro. Mas se ele existe, então (5) é falso. Então, quais são as evidências para fundamentar a sua opinião? Vai ser muito difícil para você dar qualquer evidência para o seu ponto de vista, se você negar que a verdade é objetiva e pode ser objetivamente conhecida!

O ponto de partida, Steven, é que é uma reivindicação substancial dizer que a vida é um absurdo, e estes seus conhecidos que o levaram a abraçar essa crença lhe enganaram através de argumentos pobres e afirmações auto-refutáveis. Exorto-lhe a sacudir o torpor causado por tais sofismas e voltar a pensar claramente sobre esses assuntos!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Culto à beleza

Hoje, ao pesquisar sobre o tema "Cirurgia plástica e saúde", encontrei esse texto muito interessante com o qual, inclusive, estou em plena concordância :

http://elo.com.br/portal/colunistas/ver/220813/culto-a-beleza--simples-vaidade-ou-complexa-obsessao.html


Culto à beleza : simples vaidade ou complexa obsessão?

"Se quisermos congelar o tempo e nos encerrarmos nesse casulo, estaremos liquidados antes mesmo que a juventude acabe. Seremos a nossa ficção. A realidade continuará a nossa volta, e um dia vamos perceber que estamos fora dela."Lya Luft.

          As academias estão sempre lotadas, os cirurgiões plásticos com suas agendas cheias e mesmo assim parece que as pessoas continuam insatisfeitas e infelizes com a própria aparência. Não precisamos voltar muito no tempo para lembramos que há algumas décadas o máximo que se poderia esperar em termos de prótese, seriam os dentes... Hoje em dia, quem pode ter certeza sobre cor dos olhos, tamanho dos seios, bumbum, barriga ou cabelos de alguém? ... Tira gordura daqui, enxerta ali. Somente cérebro e coração dessa pessoas não mudam, um permanece vazio e o outro amargurado. Dessa forma, é praticamente irresistível não imaginar uma cena em que uma pessoa, obsessivamente preocupada com beleza, se olha no espelho e repete mentalmente a famosa pergunta da bruxa da Branca de Neve: “espelho, espelho meu...”
          Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que não sou contra os cuidados destinados à beleza, desde que haja coerência. Desejar estar bem vestido, perfumado etc. não é pecado, o que considero errado é fazer disso um objetivo de vida e motivo único de realização pessoal. Não acho errado, por exemplo, fazer uma lipo, mas acho que esta decisão deveria partir de uma motivação ou necessidade íntima, e não apenas para satisfazer a admiração alheia. O certo é que a beleza pode ser encarada de forma natural ou complicada. O importante é cuidar para não se deixar dominar pela ditadura da beleza, por um modelo sem originalidade, que ignora a individualidade de cada um a partir do momento em que “prega” um padrão igual para todos, o qual é geralmente inatingível. O culto do corpo de maneira obsessiva é vazio em si mesmo, ou seja, faz com que as pessoas busquem “coisa nenhuma”, pois a perfeição não é possível de ser alcançada. Além disso, grande parte desses padrões pouco reflete a realidade da maioria da população brasileira. Para não acharem que estou sendo radical em minhas colocações, usarei o raciocínio do médico brasileiro Ivo Pitanguy, "guru" da cirurgia plástica mundial: mais importante do que o culto exagerado ao corpo é o "o culto à inteligência"1.
          A prática do culto à beleza, de uma forma em geral, atravessa indistintamente classes sociais e faixas etárias, embasada numa “justificativa” confusa que mistura estética e saúde. Na verdade o culto ao belo sempre esteve, de diversas formas, ligado à história da evolução do homem. No entanto, foi com o avanço científico do Renascimento que a arte cosmética foi aperfeiçoada, tanto que nos séculos XVII e XVIII itens como perfumes e cremes já tomavam conta do mercado em Paris e o comércio de cosméticos tornou-se uma das molas propulsoras da economia francesa. Com o processo de emancipação feminina, a indústria cresceu e continua em alta até os dias atuais quando os produtos para tratamentos de beleza tornaram-se peças imprescindíveis no cotidiano da maioria das mulheres. Se bem que, hoje em dia, vaidade não é mais exclusividade feminina. Progressivamente, o sexo masculino vem deixando para trás os preconceitos e preocupando-se mais em cuidar da aparência.
          Lipoaspiração, silicone, botox, anabolizantes... A cada ano, dezenas de novos termos são incorporados ao vocabulário “estetiquês”. Multiplicam-se academias, clínicas, tratamentos “anti-isso”, “anti-aquilo”... Todos com um único objetivo: obter uma pele e um corpo “perfeitos”, ou pelo menos o que dizem ser. O resultado às vezes é desastroso, plásticas que deixam uma pele artificialmente lisa, quase inexpressiva. O pior é que essa idéia fixa é cada vez mais precoce, fato que torna o culto à beleza um assunto extremamente preocupante. Vemos espantosamente crianças trocando bonecas por um batom ou sapato de salto, pulando etapas fundamentais da infância. Quero dizer que a vaidade em si não causa preocupação, mas sim os valores que muitos pais estão repassando aos próprios filhos, ensinando-os desde cedo a valorizar o que é completamente dispensável, priorizando o ter ao invés do ser. Os pais precisam ensinar aos filhos que a aparência não é tudo, embora deva ser cuidada; que ao invés de ficarem se preocupando com “pneuzinhos” ou tendências da moda que procurem o que melhor lhes proporcione bem-estar e conforto. É importante ratificar que criança não é uma miniatura de adulto, portanto não está física ou emocionalmente preparada para tal comportamento.
          Somente para dar uma idéia da situação: Em parceria com o Datafolha, a MTV perguntou a jovens, por exemplo, se trocariam 25% de inteligência pela mesma proporção de beleza. Resultado: 15% foram francos o suficiente para admitir a troca. Nem se preocuparam com o fato óbvio de que a beleza física passa rapidamente, mas a inteligência fica. 2 Isso serve para nos comprovar que quando chega a adolescência, fase de intensas modificações corporais e conflitos psíquicos, a procurapor um corpo “perfeito”pode se tornar excessiva, pois é nesta etapaque estes se encontram mais vulneráveisàs interferências do meio. Diversas pesquisas têm demonstrado que, nessa fase, a tirania da beleza por um corpo magro tem gerado inúmeros casos de transtornos alimentares e depressões. Sabemos que estes têm origens internas, no entanto é inquestionável que também são fortalecidos por valores culturalmente impostos pela tirania da beleza. Será que magreza (dentre outros itens) são sinônimos de beleza?
          Não podemos esquecer grandes vilões como as indústrias e a TV que vendem resultados milagrosos e corpos “maravilhosos”. Já o comércio tenta convencer o ingênuo consumidor a comprar o que não está disponível nas vitrines: saúde, juventude, sucesso e felicidade. Como se beleza proporcionasse tudo isso. Se fosse assim, não veríamos jovens tristemente envelhecidos e desmotivados. É fácil constatar que idade e beleza não podem ser medidas simplesmente em anos ou pela imagem externa, efêmera e passageira, mas sim através da saúde e jovialidade do espírito! Nesse sentido, podemos dizer que alguns são belos e outros nunca o serão.
          Enfim, existem limites para a busca da beleza? Limites não sei, mas acredito que um bom parâmetro talvez seja o bom senso e a dignidade. Significa estar e sentir-se bem e confiante mesmo contrariando os moldes que os padrões impiedosamente impõem.  Estar bem com o espelho é conseqüência de bom humor, paz interior, saúde físico-mental, emoções equilibradas e estado de espírito. Nada supera a beleza da alegria do bem estar consigo mesmo. Nesse sentido, melhor que simplesmente admirar-se no espelho é aprender a arte de contemplar-se. A obsessão deve estar em sentir-se bem e com uma auto-estima satisfatória. O único padrão a ser seguido é o respeito aos limites do corpo e a si mesmo.Afinal de contas, se o ser humano, por si só, não conseguir libertar-se da escravidão do padrão inatingível de beleza, tampouco alguma intervenção estética algum dia o fará.
          Por falar nisso, e você ? em se tratando de beleza, os fins justificam os meios na busca desse objetivo?

REFERÊNCIAS :

1)  http://beleza.terra.com.br/mulher/interna/0..OI1163515-EI7606.00.html (acessado em 04/01/2011)
2)    A Epidemia da Beleza. Gilberto Dimenstein. Folha de S. Paulo. editoria Cotidiano. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/indices/inde08052005.htm (acessado em 06/01/2011)
3)    Branco, L. M., Hilário, M. O. & Cintra, I. P. (2006). Percepção e satisfação corporal em adolescentes e a relação com seu estado nutricional. Revista de Psiquiatria Clínica.


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Christiane Lima

Christiane Lima

Sou Assistente Social (formada pela Universidade Federal do Maranhão), Psicopedagoga, Especialista em Saúde da Família e professora universitária. Possuo experiências nas áreas de Saúde e Educação. Realizo palestras em empresas e escolas para alunos, funcionários e corpo docente. 

sábado, 18 de agosto de 2012

Sou muito estranha?

Sou muito estranha se disser que acertei tudo (menos uma conta, a do 101) e que não pensei no martelo vermelho? Pensei numa chave de fenda prata kkkkkkk

http://achedetudo-webmaniacos.blogspot.com.br/2011/02/teste-incrivel-sobre-o-nosso-cerebro.html

Livros!

Hoje comecei a ler 2 livros: "As melhores histórias de Sherlock Holmes" e "Este mundo da injustiça". Estou bem no começo de ambos mas já me apaixonei pelo início dos dois.
Resolvi então, disponibilizar o "Este mundo da injustiça" aqui porque afinal, eu também tive acesso a ele gratuitamente e é uma obra de José Saramago, logo, mesmo não tendo lido, creio que seja uma obra e tanto.

"Este mundo da injustiça" de José Saramago

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Showcial Web

Hoje me deparei com uma foto no facebook que muito me fez refletir após os segundos de espanto. Por um momento pensei que fosse uma daquelas imagens sarcásticas compartilhadas, mas só após ver os comentários me certifiquei de que sim, aquele garoto havia postado foto de cédulas de 50 e 100 reais e escrito "fds promete" (o fim de semana 'promete'). Sinceramente, logo fiz uma relação com as fotos que alguns criminosos e moradores de comunidades de baixa renda, ambos, em sua maioria, com pouco acesso a um ensino de qualidade, em que posam com armas, cédulas, entre outros objetos que passam a ideia de poder. Passam a ideia. Porque, na verdade, será que isso é poder? Será que esse menino que postou essa foto tem noção do que seja poder? Mas o meu principal questionamento é: o que se passa na mente desse menino ao postar isso? Pelo pouco que o conheço sei que ele estudou no Colégio Militar por um bom tempo, deve ter aprendido algo sobre isso lá. Mas sinceramente, será que ele consegue atrair os olhares que ele quer? Afinal, doa a quem doer, mas hoje posso afirmar que a postagens do facebook, principalmente as fotos, são um modo de se exibir, de atrair atenção. Ainda mais quando se coloca um dos objetos, se não o maior, pelos quais o ser humano tem maior amor, o dinheiro. Mas enfim, toda essa discussão me faz pensar que são poucos os seres, de fato, pensantes no Brasil. Até mesmo em boas escolas não se pode afirmar com certeza quanto ao aprendizado, não é mesmo? Os valores estão subvertidos por causa dessa alienação midiática passada às pessoas desde muito pequenas, a qual é sedimentada de modo imperceptível de modo que se torna uma parte inerente a cada novo cidadão brasileiro. No entanto, ainda existem aqueles que rompem essas amarras capitalistas.... não, não estou falando de pessoas socialistas. Falo de pessoas que conseguem se desvincular desse mundo de aparências e falsos valores mesmo vivendo nele. E isso é totalmente possível. Mas um dia explico melhor. Vamos abrir os olhos aos poucos para que eles possam se manter abertos. :)


"Talvez não exista pior privação, pior carência, que a dos perdedores na luta simbólica
por reconhecimento, por acesso a uma existência socialmente reconhecida, em suma,
por humanidade."
Pierre Bourdieu, Meditações pascalianas